A busca pela identidade na adolescência

Tirem as crianças da sala, porque agora o papo é com quem chegou aos 15 anos.

Mas espera! Será que atingir essa idade é deixar a infância para trás? Ou melhor, quem ou o que define quando saímos dessa fase? Somos nós mesmos os responsáveis por essas conclusões?

A conversa parece confusa. De fato ela está, mas isso passa longe de ser um problema – é na verdade parte de uma fase essencial da vida.

Inclusive, sugerimos trazer de volta quem você tirou da sala, porque o assunto vai render e é sempre bom ter mais gente nessa roda para enriquecer a discussão.

O que acontece é: quem tem 15 anos está em uma fase de transição; já não é mais criança, mas também não chegou à fase adulta. É a famigerada adolescência, etapa da vida que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), vai dos 10 aos 19 anos ou mais e também traz grandes questionamentos como quem nós somos e o que queremos fazer da vida.

É QUANDO COMEÇAMOS A CONTRUIR A NOSSA VERDADEIRA IDENTIDADE

Claro que essa construção acontece ao longo de toda a vida e passa por diversos aspectos, mas na adolescência ela é decisiva. Isso porque, diferente de quando somos crianças, já não tomamos como verdade absoluta as coisas que nos ensinaram e passamos a enxergar o mundo sob uma perspectiva que não vem mais dos pais, professores ou cuidadores, ela é essencialmente nossa. Passamos a questionar tudo, por isso começamos a sentir muitas angústias e incertezas. E é a partir daí que vem a formação da nossa individualidade.

AS ESCOLHAS FEITAS NESSA FASE VÃO DITAR A FORMA COMO A SOCIEDADE NOS PERCEBE

Os adolescentes devem se conhecer, descobrir do que gostam, saber dos seus interesses e desejos para então poder formar sua identidade. Tudo bem que, muitas vezes é mais fácil falar do que fazer, mas os jovens que conseguem isso ganham mais autoconfiança, se adaptam melhor às situações sociais, são mais bem relacionados e têm menos problemas de comportamento. Por fim, decidem com menos incertezas quais são os caminhos pessoais e profissionais que pretende seguir na vida, o que para muitos significa diminuir a carga que é ficar imaginando a forma como os outros nos veem.

E OS PAIS, COMO PODEM SER RELEVANTES E PRESTATIVOS NESSA BUSCA?

O papel dos pais pode ser muito favorável na formação da identidade do adolescente. Por exemplo, buscando compreender as perguntas que seus filhos adolescentes fazem sobre eles e sendo flexíveis diante das mudanças que vivenciam pode facilitar essa fase de transição.

Ufa! Bem que avisamos que esse assunto ia render. E olhe que nem falamos tudo que é possível conversar a respeito dele. Mas, por hora, esperamos ter contribuído com a discussão e ajudado a abrir sua mente para entender que, no fim das contas, viver tudo isso é engrandecedor